quarta-feira, 1 de agosto de 2012

As farsas de Carminha e Nina


Mentir pode ser uma compulsão, diz psicóloga

Às vezes pode ser uma tentação não cair em uma mentirinha para aliviar uma situação. É praticamente impossível em um ou outro momento, não lançarmos mão de uma história inverídica, mas aparentemente inofensivas. Mas, apesar de termos a tendência de aceitar mentiras que atuem para o bem, mentir é sempre arriscado. “A mentira compromete, além da credibilidade pessoal, a relação com os outros”, afirma a psicóloga, especialista em psicologia clínica e terapia comportamental, Fabíola Alvares Garcia Serpa.
“Mentir é um comportamento e se a pessoa "mentirosa" não se sente culpada por enganar o outro, e até vê vantagem nisso, pode chegar a ter dificuldade de separar a mentira da verdade e de interromper esse comportamento. E aí é que, muitas vezes, nem se dá conta de que relata coisas que não condizem com os fatos reais”, complementa.
Essa situação tem sido vista todos os dias na televisão. Na novela Avenida Brasil, da Globo, as personagens Carminha (Adriana Esteves) e Nina (Débora Falabella) mentem o tempo todo seja para tirar vantagens dos outros ou para alimentar uma tentativa doentil de vingança. As cenas mostram casos que vão muito além do saudável. São mentiras que fugiram do controle, bem diferente daquelas “pequenas” que contamos no dia a dia.
A primeira mentira pode acontecer acidentalmente, geralmente na infância. Se o resultado é positivo, ou seja, se ninguém descobre a verdade e a pessoa não assume as consequências pelo seu ato, ela tende a repetir, chegando a incorporar a mentira em seu repertório. “As crianças aprendem a mentir seguindo modelos de outros, como os pais, e crescem considerando esse comportamento normal”, alerta a terapeuta.
Segundo a profissional, não é possível traçar um perfil de pessoas mentirosas. “Cada "mentiroso" funciona de uma maneira, os motivos não são os mesmos, a frequência do mentir também é muito variável e a riqueza de artifícios para enganar é ilimitada”, esclarece.
Para identificar uma mentira, é preciso estar atento ao que dizem nossos instintos. “Alguma coisa em nosso organismo desperta, como uma dúvida, e, se isso acontecer, vale a pena começar a questionar o que ouvimos, procurando obter da pessoa mais detalhes, descrições contendo datas, nomes, etc. Qualquer pessoa pode investigar um fato se tem dados para isso. Mais cedo ou mais tarde, se for feito um monitoramento, a mentira aparece e a verdade vem à tona”, orienta.
Além disso, diante de uma pessoa mentirosa é necessário ser cauteloso com as informações que revelamos a nosso respeito e daqueles com quem nos relacionamos. “É preciso cuidado para que não sejamos manipulados no futuro. Nem toda pessoa que mente é perigosa, mas certamente é melhor não confiar”, conclui.

Fonte: www.bolsademulher.com

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