Mentir pode ser uma compulsão, diz psicóloga
Às vezes pode
ser uma tentação não cair em uma mentirinha para aliviar uma situação. É
praticamente impossível em um ou outro momento, não lançarmos mão de uma
história inverídica, mas aparentemente inofensivas. Mas, apesar de termos a
tendência de aceitar mentiras que atuem para o bem, mentir é sempre arriscado.
“A mentira compromete, além da credibilidade pessoal, a relação com os outros”,
afirma a psicóloga, especialista em psicologia clínica e terapia
comportamental, Fabíola Alvares Garcia Serpa.
“Mentir é um
comportamento e se a pessoa "mentirosa" não se sente culpada por
enganar o outro, e até vê vantagem nisso, pode chegar a ter dificuldade de
separar a mentira da verdade e de interromper esse comportamento. E aí é que,
muitas vezes, nem se dá conta de que relata coisas que não condizem com os
fatos reais”, complementa.
Essa situação
tem sido vista todos os dias na televisão. Na novela Avenida Brasil, da Globo,
as personagens Carminha (Adriana Esteves) e Nina (Débora Falabella) mentem o
tempo todo seja para tirar vantagens dos outros ou para alimentar uma tentativa
doentil de vingança. As cenas mostram casos que vão muito além do saudável. São
mentiras que fugiram do controle, bem diferente daquelas “pequenas” que
contamos no dia a dia.
A primeira
mentira pode acontecer acidentalmente, geralmente na infância. Se o resultado é
positivo, ou seja, se ninguém descobre a verdade e a pessoa não assume as
consequências pelo seu ato, ela tende a repetir, chegando a incorporar a
mentira em seu repertório. “As crianças aprendem a mentir seguindo modelos de
outros, como os pais, e crescem considerando esse comportamento normal”, alerta
a terapeuta.
Segundo a
profissional, não é possível traçar um perfil de pessoas mentirosas. “Cada
"mentiroso" funciona de uma maneira, os motivos não são os mesmos, a
frequência do mentir também é muito variável e a riqueza de artifícios para
enganar é ilimitada”, esclarece.
Para
identificar uma mentira, é preciso estar atento ao que dizem nossos instintos.
“Alguma coisa em nosso organismo desperta, como uma dúvida, e, se isso
acontecer, vale a pena começar a questionar o que ouvimos, procurando obter da
pessoa mais detalhes, descrições contendo datas, nomes, etc. Qualquer pessoa
pode investigar um fato se tem dados para isso. Mais cedo ou mais tarde, se for
feito um monitoramento, a mentira aparece e a verdade vem à tona”, orienta.
Além disso,
diante de uma pessoa mentirosa é necessário ser cauteloso com as informações
que revelamos a nosso respeito e daqueles com quem nos relacionamos. “É preciso
cuidado para que não sejamos manipulados no futuro. Nem toda pessoa que mente é
perigosa, mas certamente é melhor não confiar”, conclui.
Fonte: www.bolsademulher.com
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