Assim como livros e filmes, as histórias em quadrinhos (HQs) não ficaram
para trás na cultura digital. Editoras responsáveis por títulos
populares, seja no Brasil ou no exterior, trataram de criar sites e
disponibilizar ferramentas web que permitem a criação de histórias
online de forma coletiva ou individual. Na educação, professores atentos
ao uso das tecnologias para fins pedagógicos também passaram a
contemplar esse recurso em sala de aula e na formação de professores. É o
caso de Maria de Fátima Franco, da UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais), que coordena uma oficina sobre o tema para educadores como
atividade do “Taba Eletrônica”, projeto de ensino, pesquisa e extensão
da faculdade de letras da instituição.
Reprodução
Ambiente de criação de quadrinho da ferramenta Make Beliefs Comix
Professora
de línguas, ela sempre valorizou as HQs para a construção de narrativas
em sala de aula, mesmo quando as histórias existiam apenas no formato
impresso, e diz que ainda hoje percebe que isso não é uma prática comum
entre educadores, tendo de lidar até com preconceitos. “Tem professor
que olha com certo estranhamento. À primeira vista, não considera que
quadrinho é literatura, mas é”, afirma.
Maria de Fátima defende que as HQs são um ótimo meio para trabalhar
discursos, e que o recurso vale para todas as disciplinas. Abaixo, em
slideshare, é possível acessar uma das apresentações que fazem parte da
oficina para professores, a qual também está disponível no blog
“Quadrinhos na Escola” (http://www.quadrinhos-escola.blogspot.com/),
recém-criado pela educadora. Em sua página na web, ela traz análises do
uso dos quadrinhos em diferentes contextos da educação e várias dicas de
ferramentas e ambientes. Entre as dicas, há espaço para todos os
traços. Os interessados por mangás, por exemplo, encontram a sugestão de
um fórum, onde se discute a criação de personagens nesse estilo.
Caminhos e boas práticas
Para os professores que quiserem experimentar ou aprofundar a
experiências com HQs, há dois caminhos para acessar ferramentas na web:
procurar sites e recursos das editoras, como Marvel e Máquina dos Quadrinhos
ou pesquisar por ferramentas de web 2.0 voltadas para as HQs. No
primeiro, a vantagem é que os alunos vão trabalhar com personagens
consagrados, como Homem Aranha, no caso da Marvel, e Mônica e Cebolinha,
na ferramenta da Mauricio de Sousa Produções. “A Máquina dos Quadrinhos
tem uma versão gratuita e uma paga, muito completa, que tem política de
desconto para instituições educacionais”, conta Maria de Fátima Franco.
Entre as ferramentas web dissociadas de editoras estão: Comeeko, Comic, Make Beliefs Comix. Todas têm opção para a criação de histórias e se tornam grande aliadas para atividades pedagógicas.
O que ter em mente antes de iniciar o trabalho com HQs
1) Como é a estrutura de uma HQ: ajuda muito ter histórias em quadrinhos online ou impressas à disposição.
2) Fazer um storyboard, onde deve estar definida a estrutura da narrativa, com o ponto alto da história (climax) e os personagens envolvidos.
3) Não se deve didatizar radicalmente os quadrinhos. Isso significa que eles precisam ter um elemento que cause surpresa, estranhamento, alegria etc. Deve haver um corte, algo que não existe nos livros didáticos, por exemplo.
2) Fazer um storyboard, onde deve estar definida a estrutura da narrativa, com o ponto alto da história (climax) e os personagens envolvidos.
3) Não se deve didatizar radicalmente os quadrinhos. Isso significa que eles precisam ter um elemento que cause surpresa, estranhamento, alegria etc. Deve haver um corte, algo que não existe nos livros didáticos, por exemplo.
Fonte: Instituto Claro - Educar para Empreender
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